sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O erro de marketing da Microsoft

Por Jeferson Sena

Quem somos nós para criticar as estratégias de marketing da Microsoft, mas após lermos o artigo O que o brasileiros não terão no Windows 7, eu e o colega Marsal Melo iniciamos uma discussão sobre o que levaria uma organização desse porte a adotar políticas de preços tão distintas entre o Brasil e o resto do mundo.

Presumimos que essa estratégia é reflexo do elevado índice de pirataria sobre os produtos da Microsoft (e de tantas outras produtoras) em nosso país. Apesar de uma pesquisa do IDC registrar redução de 6% da pirataria entre os anos de 2005 a 2008, o índice apurado na mesma pesquisa é de 58% de softwares piratas nas terras brasilis.

Contudo o Marsal apontou uma estratégia que poderia ser muito mais eficaz no combate à essa ação criminosa, disfarçada de mau-hábito: ele acredita que a venda por preços reduzidos incentivaria as pessoas à aquisição de uma cópia legal, principalmente no caso do Windows 7, que foi o produto da Microsoft que, nos últimos anos, apresentou o índice de rejeição quase zero.

Nessa discussão até apontamos que poderia ter sido feito um teste na pré-venda da versão Home Premium. Poderiam ter ofertado por um valor diferenciado, desde que as pessoas respondessem um questionário de qualificação que poderia servir como uma pesquisa de perfil, para identificação de quem estaria adquirindo a versão promocional e uma pergunta sobre a influência do preço na decisão de compra.

A crença do Marsal (da qual compartilho) infere que haveria uma ampla adesão de pessoas que desejam ter um produto com garantia de suporte técnico e livre de riscos e procedimentos indesejáveis. Preços em torno de cem reais seriam bem convidativos, considerando que no mercado europeu a mesma versão Home Premium custa 49 euros (108 reais), nos Estados Unidos 49 dólares (85 reais) e na China o equivalente a 102 reais. Uma política de preços como essa indicaria um novo cenário para o usuário domestico brasileiro, que estaria sendo tratado como os demais.

No mundo corporativo, as empresas se veriam incentivas a regularizar situações de uso inadequado de licenças, pois existem um número considerável de pequenas empresas que não conseguem implementar soluções de software livre, em função da falta de pessoas com domínio de ambientes Unix.

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